Sem aumento real, sem acordo. É a resposta dos bancários à intransigência da Fenaban
Os bancos mais uma vez desrespeitaram os bancários e se recusaram a apresentar uma nova proposta na oitava rodada de negociação com o Comando Nacional, realizada em São Paulo nesta quinta-feira 15, décimo dia greve da categoria, que continua se fortalecendo em todo o país. Não foi marcada nova rodada de negociação. O Comando Nacional, integrado pela Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), orienta os sindicatos a ampliarem a greve em todos os estados e no Distrito Federal.
Pela segunda rodada consecutiva a Fenaban manteve a proposta apresentada no dia 9 de setembro, de reajuste de 7% (2,29 pontos percentuais abaixo da inflação) e abono de R$ 3.300 em parcela única, ignorando as reivindicações sobre preservação do emprego e da saúde, melhores condições de trabalho e combate às metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades.
“Os bancos insistem na estratégia de reduzir salário em troca de abono, que já tentaram no ano passado e era comum na década de 1990, e que os bancários já rejeitaram tanto na campanha de 2015 quanto nas assembleias deste ano. Essa estratégia é nociva para os trabalhadores porque não incide sobre 13º, sobre férias, sobre FGTS e principalmente sobre a aposentadoria. Ela impõe redução de salário e por isso não aceitamos”, critica José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e membro do Comando Nacional dos Bancários.
Segundo cálculo do Dieese, com a política de reajustes abaixo da inflação e concessão de abonos durante os dois governos FHC, de 1995 a 2002 os bancários tiveram perdas salariais de 4,60% nos bancos privados, de 33,53% no Banco do Brasil e de 37,38% na Caixa Econômica Federal.
Diante da intransigência dos bancos, o Comando Nacional orienta os sindicatos intensificarem a mobilização e ampliarem a greve em todo o país, que continua crescendo dia a dia.
De acordo com levantamento da Contraf-CUT, 12.608 agências e 49 centros administrativos foram fechados nesta quinta-feira no Brasil inteiro, um aumento de 72% comparado ao dia anterior ou 70% de crescimento em relação ao primeiro dia da paralisação. Nas 12 bases sindicais da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), pararam 1.687 agências, 99% a mais que no dia 6. Com isso, já são 54% de todas as agências do país paralisadas.
Fonte: Fetec-CUT/CN
Negociações com a Fenaban travam e terminam sem avanços
Terminaram sem avanços as negociações desta terça-feira (13) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, ocorridas em São Paulo, para tratar da pauta de reivindicações da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Foi a sétima rodada de discussões com os bancos, que insistem numa proposta de reajuste nos salários abaixo da inflação passada, com pagamento de abono pecuniário, sem compromisso com as cláusulas sociais reivindicadas, em especial as relacionadas à proteção dos empregos. A proposta embute perdas significativas a médio prazo para os trabalhadores, uma vez que o índice não repõe nem a inflação do período e o abono não incide sobre verbas como férias, 13º salário e FGTS, com impactos na aposentadoria.
O presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, explica: “Há um impasse nas negociações por conta do modelo de reajuste que a Fenaban quer impor. Acontece que, numa negociação, não há espaço para imposições”. O representante dos bancários de Brasília no Comando Nacional acrescenta que “a greve crescente é um recado para os banqueiros e por isso precisamos ampliar a paralisação, tanto nos bancos públicos quanto nos privados”.
Uma nova negociação ficou marcada para a próxima quinta-feira (15), também em São Paulo, com início às 16h.
A greve dos bancários chegou nesta terça-feira ao oitavo dia, atingindo 12.008 agências em todo o país, sem contar a forte adesão nos centros administrativos.
- Veja imagens do 8º dia da greve clicando aqui
Renato Alves
Do Seeb Brasília
Fenaban propõe novo reajuste de 7% e abono de R$ 3,3 mil. Comando Nacional pediu um intervalo e irá continuar a negociação
A Federação Nacional dos Bancos propôs um novo reajuste de 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil, durante negociação com o Comando Nacional dos Bancários, nesta sexta-feira (9), em São Paulo. Rodada de negociação foi chamada pelos bancos após início de greve com grande adesão em todo o país. Mais informações serão publicadas em breve no site e nas redes sociais da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT
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