Caixa frustra empregados ao não apresentar soluções para jornada, Sipon e segurança
Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), realizou nesta quinta-feira (23), com a direção da Caixa Econômica Federal, em Brasília, a terceira rodada de negociação da pauta específica da Campanha Nacional 2012. No entanto, apesar das cobranças das entidades, o banco não apresentou qualquer contraproposta para solucionar pendências em relação à jornada, Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) e segurança bancária.
Sindicatos e Contraf-CUT reivindicam negociação sobre emprego banco a banco
A Contraf-CUT enviou nesta quarta-feira (29) carta aos seis maiores bancos que operam no país (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC), que empregam mais de 90% da categoria bancária, solicitando a marcação de negociações específicas com cada um deles, "dentro da maior brevidade possível", para discutir as reivindicações dos bancários sobre emprego, buscando a ampliação de postos de trabalho e a melhoria de condições de saúde e trabalho.
A iniciativa ocorre depois da rodada de negociação realizada nesta terça-feira (28) com a Fenaban, na qual a entidade patronal se recusou a tratar do tema emprego na Convenção Coletiva dos Bancários, sinalizando que esse assunto, que é de extrema importância para a categoria, deveria ser discutido banco a banco com a realização de acordos coletivos.
"Esperamos negociar com cada banco a criação de novas vagas, garantias contra demissões imotivadas e o fim da rotatividade, que é um truque dos bancos para reduzir a massa salarial da categoria e turbinar os lucros", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Leia abaixo o texto da carta da Contraf-CUT endereçada aos bancos:
Solicitação de negociação específica sobre emprego
"O emprego tem sido uma das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários 2012. A pauta de reivindicações da categoria apresenta um conjunto de propostas, que visam a geração de mais empregos, fim da rotatividade, garantia contra demissões imotivadas e cumprimento da jornada de seis horas trabalho, dentre outras.
"A 14ª Pesquisa do Emprego Bancário, feita pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged, apurou que os bancos geraram apenas 2.350 novos postos de trabalho no primeiro semestre de 2012, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 11.978 vagas. O levantamento revela também que os bancos usaram outra vez a rotatividade para reduzir a massa salarial e que seguem discriminando as mulheres, que entram e saem das empresas ganhando menos que os homens.
"O tema foi amplamente discutido em várias rodadas de negociação com a Fenaban, mas não houve qualquer avanço para os bancários, o que é inaceitável diante do crescimento da economia brasileira e dos lucros crescentes dos bancos. Ontem, após nova cobrança das entidades sindicais, o representante da Fenaban disse que não é possível incluir medidas de emprego na Convenção Coletiva de Trabalho e apontou que o tema deveria ser tratado banco a banco, com os quais poderiam ser firmados acordos coletivos de trabalho.
"Desta forma, vimos solicitar a marcação de uma negociação específica sobre emprego, dentro da maior brevidade possível, a fim de que possamos discutir as reivindicações da categoria e buscar um acordo coletivo para tratar dessa importante demanda dos bancários, que visa a ampliação dos postos de trabalho e a melhoria das condições de saúde e trabalho dos bancários."
Cordiais saudações,
Carlos Cordeiro
Presidente da Contraf-CUT
Coordenador do Comando Nacional dos Bancários
Na primeira negociação, BRB frustra expectativas dos bancários
Logo na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional 2012 com o BRB, realizada na quarta-feira (22), o clima foi ‘morno’ e frustrou as expectativas dos bancários, na avaliação dos diretores do Sindicato.
Parabéns, bancários (as)!
Há exatamente 60 anos, nascia o Dia do Bancário. Sessenta décadas depois, a categoria se mostra uma das mais unidas na luta de classe organizada. Na defesa de melhores salários e condições de vida, os bancários e as bancárias não se intimidam frente aos banqueiros e ao capitalismo selvagem e, a cada greve, a cada marcha, constroem um sistema menos áspero para a categoria. Pela vontade incansável de conquistar um mundo mais justo e igualitário, neste 28 de agosto, a CUT-DF parabeniza os bancários e as bancárias do DF e de todo o Brasil.
“Nenhum direito dos trabalhadores do ramo financeiro foi concedido por benesse das instituições financeiras. Os novos colegas bancários precisam saber que não existem ganhos sem luta. Todos estão de parabéns por integrar uma das categorias mais aguerridas do país”, avalia o presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, bancário que também preside o Sindicato dos Bancários de Brasília.
A data em que se comemora o Dia do Bancário também lembra o início de uma das greves mais importantes da categoria. Em 1951, os bancários realizaram 69 dias de movimento paredista. O momento era totalmente hostil para a manifestação, pois foi o primeiro a contrariar o Decreto 9.070 da ditadura do Estado Novo, que proibia greves e amordaçava o movimento sindical dos trabalhadores. Mesmo assim, a categoria permaneceu firme na decisão de suspender os trabalhos em defesa de reajuste salarial de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. A categoria só retornou ao trabalho após a Justiça conceder 31% de reajuste, pondo fim à paralisação.
Sessenta anos depois, a categoria permanece fiel à valorização da mão de obra da classe trabalhadora e não se intimida frente a qualquer sistema político. Em 2012, bancários e bancárias mais uma vez vão às ruas, agora com a Campanha Salarial “Chega de truques, banqueiro!”. Neste ano, a pauta de reivindicações abrange, entre outros pontos, reajuste salarial de 10,25% (reposição da inflação mais 5% de aumento real); piso salarial de R$ 2.416,38 (salário mínimo do Dieese); PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos e Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
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