Bancários do BB definem pauta específica de reivindicações para a Campanha 2016

Os 323 delegados e delegadas do 27º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil aprovaram em plenária final, neste domingo (19), em São Paulo, a pauta de reivindicações específicas do funcionalismo que será negociada com a direção da empresa para a renovação do acordo aditivo à CCT na Campanha Nacional 2016.  

As reivindicações são resultado das discussões dos grupos temáticos, cujos participantes estiveram reunidos durante quase todo o segundo dia do congresso para debater, a partir das deliberações dos congressos estaduais, demandas relacionadas a Cassi, Previ, remuneração, organização do movimento e saúde e condições de trabalho.  

“Os debates foram muito ricos, e a participação dos bancários de Brasília foi muito importante para que trouxéssemos as reivindicações da nossa base para a construção da pauta final”, declarou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. 

Remuneração 

Em relação à questão de remuneração, os bancários debateram a unidade da categoria na definição de política de aumento real de salários, com o índice a ser retirado na Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá de 29 a 31 de julho.  

Entre as demais demandas inclui-se a necessidade de um plano de carreira e remuneração melhor do que já existe hoje no Banco do Brasil, com aumento nas promoções por mérito e com inclusão de escriturários, além de se negociar as questões específicas, que incluem várias funções, desde assistentes, gerentes, supervisores e fiscais até engenheiros e arquitetos.

Nas reivindicações sobre condições de trabalho, os bancários do BB vão lutar por melhorias nos mecanismos de combate ao assédio moral, contra as práticas antissindicais e de descomissionamentos arbitrários, e por respeito à jornada de trabalho. No que se refere às mulheres, será reivindicado que os 15 minutos, fora do período de trabalho, sejam inseridos na jornada e remunerados. Também há demandas relacionadas a atendimento, agências digitais e inovações tecnológicas. 

Cassi

Entre as propostas aprovadas sobre saúde do trabalhador, está a organização de um fórum nacional sobre o tema, a ser realizado um dia antes do congresso dos funcionários. Foi também objeto de discussão que será levado ao banco o grande número de bancários adoecidos e a importância do fortalecimento do modelo assistencial de Estratégia de Saúde da Família (ESF), com a ampliação de cobertura de déficit da Cassi pelo Banco do Brasil.

Os bancários também querem um serviço de prevenção mais completo, sendo uma das demandas melhorar a eficiência do Exame Periódico de Saúde (EPS), além de mais autonomia na estrutura do Sesmt. 

Foi aprovado ainda aumentar o número de ausências permitidas de todos os funcionários e das pessoas com deficiência (PCD). Os bancários destacaram que cadeirantes, ou mesmo funcionários que usam próteses, necessitam de tempo para fazer a manutenção dos equipamentos.

Banco do Brasil e o SFN

O Congresso também discutiu o papel do Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional destacando a necessidade do resgate social do banco público, com ênfase na defesa da democracia e das empresas públicas, além da importância do seu papel como fomentador de desenvolvimento.

Previdência

Sobre a Previ, previdência pública e previdência complementar, o funcionalismo aprovou a instalação de uma mesa de negociação com o banco sobre o Economus (Instituto de Seguridade Social da Nossa Caixa); a luta contra o PLP 268 (Fundos de Pensão) e contra a reforma da Previdência em elaboração pelo governo Temer, e por uma previdência pública, solidária e universal,  que garanta aposentadoria integral a todos os trabalhadores.

Paridade de gênero

A plenária também aprovou que, a partir do próximo Congresso, a composição da delegação se dê de forma paritária entre homens e mulheres, garantindo assim a igualdade nas relações de gênero. No encontro deste ano, participaram como delegados 111 mulheres e 212 homens. 

Campanha Nacional Unificada. Não ao golpe e Fora Temer!

Em relação à organização do movimento, os trabalhadores mantiveram o formato de campanha nacional unificada para a garantia e ampliação de direitos da categoria, com a realização de mesa única da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) paralelamente às negociações das cláusulas específicas. Os bancários também aprovaram a reivindicação de que as negociações sejam transmitidas via internet, visando dar ainda mais transparência ao processo.

Entre as bandeiras de luta, os bancários e bancárias do Banco do Brasil definiram que intensificarão as mobilizações contra os projetos de lei 4918 (Estatuto das Estatais) e 268 (Fundos de Pensão), além das cobranças por melhorias nas condições de trabalho, no plano de carreira e remuneração.

Os bancários também vão intensificar a luta contra a política fiscal e a retirada de direitos promovidas por Michel Temer e continuar na luta para reverter o golpe. "Os trabalhadores irão resistir ao golpe político contra os direitos. O Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil deu uma mostra da união da classe trabalhadora para resistir ao governo golpista e resgatar a democracia no país", ressaltou o diretor do Sindicato Rafael Zanon.

Também foi destacado o fortalecimento do papel da Comissão de Empresa junto à direção do Banco do Brasil, que soma grandes conquistas no último período.

Moção de luta das mulheres 

A plenária final aprovou ainda moção de repúdio ao assédio sexual sofrido pelas mulheres e contra a cultura machista e do estupro.

Renato Alves com Rede de Comunicação dos Bancários

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